terça-feira, 26 de novembro de 2013

O que muda na Controlinveste?


 



Noticia hoje o Expresso a confirmação ás alterações ocorridas na Controlinveste, depois de já em Outubro se ter falado do assunto.

Confirma-se portanto a eleição do advogado Daniel Proença de Carvalho como novo presidente não-executivo da administração da Controlinveste substituindo Joaquim Oliveira (atenção que como president não-executivo).

António Mosquito, um dos novos accionistas vai ficar com 27,5% do capital da Controlinveste, uma participação igual à de Joaquim Oliveira.  Luís Montez é outro dos accionistas e terá na futura estrutura acionista uma representação de 15%.

O acordo para a negociação desta distribuição de acções foi motivado pela postura dos principais credores da Controlinveste (BCP e BES) que convidaram a empresa a vender as suas acções assinando um memorando que garantisse a boa cobrança da astronomica divida destes ás entidades bancárias.

Os novos intervenientes já não são novos na opinião publica mas são pouco conotados com meios de comunicação social.  Não conheço o suficiente deles para poder opinar sobre aquilo que possa mudar na postura da empresa mas podemos começar a procurar informação quanto aos novos personagens e qual o seu percurso e ligações até então!

Daniel Proença de Carvalho :
Daniel Proença de Carvalho «Hay historias patéticas en la abogacía»Daniel Proença de Carvalho (Soalheira, 15 de setembro de 1941) é um advogado português.
Advogado de profissão, Daniel Proença de Carvalho licenciou-se em Direito, na Universidade de Coimbra, em 1965. Durante o período académico, manteve ligação com a música, tendo integrado o Orfeon Académico e fundado o Club de Jazz de Coimbra, bem como o Trio Los Dos, com José Niza e José Cid.1
Foi magistrado do Ministério Público, de 1965 a 1967, e inspector da Polícia Judiciária, até 1969. Foi admitido na Ordem dos Advogados, em 1968.
Após o 25 de Abril, aderiu ao PS, assumiu a direcção do Jornal Novo, em Novembro de 1975. Em 1978 é nomeado Ministro da Comunicação Social do IV Governo Constitucional, de Carlos Alberto da Mota Pinto. Em 1979 torna-se presidente do Conselho de Administração da Radiotelevisão Portuguesa.
Afastado do PS, dirigiu a campanha de Diogo Freitas do Amaral para Presidente da República, em 1986, e foi mandatário nacional da candidatura presidencial de Cavaco Silva, em 1996.
Como advogado, participou em vários processos mediáticos da justiça portuguesa, entre eles o caso Herança Sommer. Fundou a Proença de Carvalho & Associados, em Lisboa,2 sendo presidente do Conselho de Administração da Uria Menéndez - Proença de Carvalho, desde 2009.
No mundo empresarial é presidente do Conselho de Administração da ZON Multimédia, desde 2007, e integra a Comissão de Remunerações do Banco Espírito Santo, desde 2008.
É conferencista da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, desde 2005.
É autor dos livros Justiça e Política: um caso exemplar, Cinco Casos de Injustiça Revolucionária e O Processo de António Champalimaud.
(Wikipedia)

Noticia o o Economico:
De polícia a ministro, Daniel Proença de Carvalho fez de tudo. Pelo caminho, fortaleceu relações com o poder. Hoje vai a ‘chairman’ da PTM.    
Daniel Proença de Carvalho é amigo de toda a gente que importa”, sintetiza um observador próximo. “Já foi advogado de quase toda a gente, por isso passa uma imagem de equidistância suficiente para liderar este processo,” acrescenta.
De facto, Proença de Carvalho, hoje com 65 anos, fez quase tudo ao longo da sua carreira, iniciada em 1965, após a conclusão do curso de Direito, em Coimbra. Magistrado do Ministério Público, inspector da Polícia Judiciária, director de jornal, ministro da Comunicação Social e presidente da RTP foram tarefas que foi desempenhando nos intervalos da advocacia, a sua actividade principal.

Foi, de resto, como advogado que Proença de Carvalho teve os primeiros contactos com os grandes protagonistas do poder económico em Portugal: foi advogado de António Champalimaud na batalha pela herança do seu tio, Henrique Sommer, numa das mais longas batalhas judiciais de que há memória em Portugal. Proença de Carvalho integrava a equipa de Francisco Salgado Zenha numa maratona judicial que durou 16 anos.

Desde aí, nunca mais perdeu a ligação estreita à família Champalimaud, presidindo hoje ao Conselho de Curadores da Fundação Champalimaud. Essa é a principal fidelidade que se lhe conhece no mundo dos negócios. E é uma proximidade que não belisca a sua independência no caso da PT Multimédia ou da Portugal Telecom. António Champalimaud tinha particular queda para a grande indústria e para a finança e as telecomunicações nunca fizeram parte da sua carteira de investimentos.

Hoje as ligações do advogado ao mundo económico traduzem-se num rol de presenças em conselhos de administração e presidências de assembleias gerais. O único laço conhecido aos accionistas da PT foi quebrado esta semana: o advogado preside à assembleia geral da Portugália, a transportadora aérea que o Grupo Espírito Santo – o maior accionista nacional da PT e um dos mais poderosos da PTM – vendeu há dias à TAP.

Numa empresa onde são igualmente sensíveis as preocupações políticas, Proença de Carvalho soube igualmente manter ao longo da vida uma posição suficientemente descomprometida para, apesar de ser um homem tradicionalmente identificado com o centro-direita, não ter criado anti-corpos na esquerda socialista. É o rosto perfeito do Bloco Central.

Proença de Carvalho teve alguns desaires. Foi director político da candidatura perdedora de Freitas do Amaral à presidência da República, e protagonizou uma corrida falhada a um canal de televisão em Portugal. Os dois canais a concurso foram para Francisco Pinto Balsemão e para a Igreja Católica. Apesar disso, no geral, Proença de Carvalho tem dominado como ninguém a arte de manter o seu lugar ao sol. Fazendo juz ao lugar onde nasceu, no Concelho do Fundão: a pequena aldeia da Soalheira.

António Mosquito:
António Mosquito, o empresário que terá comprado 51% da Controlinveste através de um fundo de capital de risco, tem negócios ligados aos sectores do automóvel, construção civil e petróleos. Em Angola, é importador das marcas Volkswagen e Audi, sendo também conhecidas as suas ligações à Odebrecht e Teixeira Duarte. Além disso, integra a estrutura accionista da Falcon Oil, uma empresa que possui 10% do Bloco 33.
“O grupo empresarial que serviu de plataforma inicial para a sua vida empresarial chama-se Mbakassy & Filhos. No nome está presente uma ideia de harmonia familiar que também favorece, não apenas em abstracto, mas por ser real. Juntou todos os seus filhos e familiares próximos dos seus negócios – que passaram a ser de todos”, descreve a “África Monitor”, uma publicação de circulação por assinatura. António Mosquito manteve uma ligação à Sonangol – maior accionista do Millennium Bcp, banco que por sua vez é o maior credor da Controlinveste – dado ter feito parte do núcleo que em 2008 acordou a compra do Banco Caixa Geral Totta Angola, em parceria com a Caixa Geral de Depósitos. Mosquito tem 12% deste banco, enquanto a Sonangol possui uma posição de 25%.

A “África Monitor” define-o como um “senhor de uma vontade de valorização pessoal não muito comum no empresariado angolano” e conta que António Mosquito se lançou “a contento” no mundo dos negócios quando assumiu a gerência da firma Oliveira Barros & Companhia no período que se seguiu à revolução de 25 de Abril de 1974 e à consequente desestabilização política e social em Angola, depois do fundador da empresa se ter retirado para Portugal.

“António Mosquito nunca se deixou tentar pela política – de forma directa ou indirecta ou ligado a quem quer que fosse. Permaneceu rigorosamente neutro e talvez tenha sido esse o principal factor do sentimento de respeito com que é olhado, mas também da solidez da sua prosperidade” escreve a mesma publicação, definindo assim a forma como evoluiu empresarialmente: “foram os meios postos à disposição de António Mosquito pelo regime [angolano], eventualmente por intermédio de José Eduardo dos Santos, que alavancaram a sua ascensão. Mas também é certo que isso não quebrou a fidelidade que lhe era reconhecida a uma independência política que também o valoriza como empresário”.
Noticia o Jornal de Noticias


Luís Montez:
Luís Montez compra rádio desejada por Rangel
Quanto a este não há muita informção quanto á sua formação de base (quem encontrar sinta-se á vontade para a adicionar nos comentários) mas sabe-se que é o dono da empresa "Musica no Coração" e do antigo Pavilhão Atlantico (em parceria com outra entidades). É ainda genro de Cavaco Silva.



Creio que há aqui varios factores que poderão influenciar mudanças na postura da empresa pois haverá grande pressao dos credores para que a empresa se torne rapidamente rentavel (neste momento não é). De realçar que todas estas pessoas que entraram na empresa têm em comum o reconhecimento do BCP e BES e seguramente que lhes foi bem comunicado qual o objectivo do negocio. Não deixa de ser tambem curioso ver que se junta á equação alguem com forte influencia em diversos sectores de topo da sociedade portuguesa.

É minha opinião que estas alterações ditarão um forte afastamento desta empresa da vertente desportiva conotando-se cada vez mais como uma entidade mais unida á politica e sociedade.

Será esta uma oportunidade para a Benfica TV se firmar cada vez mais como televisão desportiva de topo no nosso pais?
 

8 comentários:

  1. Com as novas "mudanças" poderá realmente haver algo de novo mas nunca para beneficiar seja o que for a não ser interesses próprios.
    Onde estiver Joaquim Oliveira, não se espere nada de limpo, nada de honesto e se outros se lhe juntam, por muito "imaculada" seja a sua imagem ou o seu "curriculum", estão à partida "conspurcados".
    Quanto à Benfica TV, não vai necessitar de "vantagens" para se firmar cada vez mais porque tem pernas para andar, assim queiram os benfiquistas.

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    1. Joseph concordo inteiramente com o que diz! Esse sr. Não interessa em situação alguma....

      Mas neste caso tenho o feeling de que foi quase que convidado pelos seu credores a afastar se da gestão da empresa. A questão principal em meu ver não tem tanto a ver com ele mas com as políticas que irão ser introduzidas pelos novos personagens!

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    2. Pode ser Rui. Os credores poderão ter exercido essa pressão mas o facto é que continua na estrutura e como "expert" em tráfico de influências (e não só) há que estar alerta.
      Quando exerci por inteiro a profissão de jornalista, conheci e privei algumas vezes com Proença de Carvalho, aquando Ministro da CS e depois disso. A imagem que retenho é a mesma: "yes man", salvaguardando sempre o tacho. Logo...

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    3. Disso também não duvido! E por ler o currículo da pessoa que ficará como director é que achei ainda mais pertinente levantar este tema.

      Espero que no Benfica estejam atentos a esta dança e que, mais do que estarem á espera do que possa acontecer, tenham já uma estratégia e uma linha condutora que nos leve a não nos desviarmos um milímetro que seja do nosso caminho por qualquer influencia deste antro!

      Já basta! Foram muitos anos a ser-mos espezinhados por esta gente!

      Centenas de jogos em que fui obrigado a ouvi-los dizer de tudo ao meu Benfica!

      Agora basta!

      Que a nossa TV seja forte o suficiente para aguentar todos os ataques que nos farão!

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  2. Esta é a verdadeira "guerra" do futebol português, porque nos direitos televisivos está a grande fatia, para além das transferências, das receitas do futebol e a sua principal fonte de financiamento. Daí todas estas movimentações, incluíndo as das Liga, onde se quer demitir a corrente direção por esta não estar dentro da esfera de influência da Olivedesportos e do Porto. Aliás escrevi também sobre este assunto ontem.
    http://justicabenfiquista.blogspot.pt/2013/11/ha-uma-linha-que-nao-pode-ser.html

    Daniel Proença de Carvalho é, como é referido, uma figura que está sempre de bem com o poder e com quem é influente. Aí não se refere uma coisa importante: ele foi advogado e um dos maiores defensores de José Sócrates. É uma das eminências pardas deste nosso regime. Muito influente e isso nós devemos ver com preocupação.

    Saúdo e aplaudo este post muito informativo. Este é um assunto que deve merecer a nossa atenção.

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    1. Também não duvido que pelos nós últimos 20 anos foram estes quem ditaram as regras do jogo em Portugal!

      Não conhecia essa faceta do sr Daniel carvalho mas não me surpreende. Olhando ao seu currículo percebe se rapidamente queé uma pessoa com estômago para trabalhar em todos os meios!

      Mais uma vez se verifica que em Portugal se valorizam pessoas pela influência que tem e nem sempre pelo trabalho que consegue realizar...

      Muito obrigado pelas suas palavras e deixo lhe a garantia de que toda a informação que me possa chegar sobre este ta será aqui dada a conhecer.

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  3. MUDAM AS MOSCAS MAS FICA SEMPRE LIXO ENCIMA DO TAPETE ..

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    1. Gostava de acreditar que não mas infelizmente temos exemplos de sobra no nosso pais de que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita....

      É triste...

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