segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Peripécias a três

E entramos em férias forçadas para o campeonato...
Entramos a três, que o "Grande" Sporting, tido por todos como a equipa sensação ao passar o ano passado em sétimo, até chegar em primeiro nas ferias de verão, ao nível só da ultima vez em que foram campeões há 12 anos se não estou em erro(sobre isto não tenho grande vontade em ir confirmar). Afinal a jovem equipa do Sporting também perde pontos ao contrário do que andaram muitos a prever... E claro que logo a seguir de quem é a culpa... Olhando para trás se pensar em todas as vezes que acusaram o árbitro de estar contra eles, será que tinham perdido algum ponto nesta liga... Por estas contas em 14 jornadas 3 pontos, são 42 pontos e já iam com 9 pontos de avanço... Parece justo, porque os jogos em que o matador Montero, o novo melhor ponta de lança do último século, marcou em fora de jogo. Devia ser o meu angulo de visão que não era o melhor...
O árbitro nesses lances ajuizou sempre muito bem, e se me perguntarem se esses golos resolveram jogos, talvez sim, mas os verdes mesmo sem isso iam sempre para cima do adversário e marcavam mais 4 se fosse preciso, aquela equipa vale ouro, e dentro em pouco já querem conquistar a nossa Europa do futebol.


Já se viu muitos presidentes do folclore em Portugal, e logo nós portugueses que tanto gostamos de falar, e falar, mesmo que não se diga muita coisa, o importante e falar.
Ora bem, eu que até tinha passado a relativamente gostar do Presidente verde, depois das eleições em que teve algumas boas saídas, parecendo que ia agitar um pouco a águas...
Agora parece-me que ele não fazia a mínima ideia do que dizia, simplesmente falava, e continuava a falar, atirando para tudo o que mexe, não pensa no que diz, mas se acabar o discurso dizendo que é pelo Sporting, então tem consciência que está tudo certo...
Apesar da excelente campanha até ao momento da sua equipa, mostra estar ao lado de todos e não estar ao mesmo tempo... Ás vezes precisamos de amigos para passar pela ponte, mas sozinho pudemos vir a cair, por muito animo que dê á equipa, o discurso entre presidente e treinador contradiz-se tanta vez, já para não falar, do treinador que nunca fala de arbitragens, ou o presidente que tem sempre umas boas ideias a partilhar com o mundo do futebol, de quem ele agora não gosta, mas na semana passada adorou, parecido com o jogo do ano passado que decidiu um campeonato com penaltis fora da área.

Mas bem, sem confusão não iria saber a férias de Natal, porque nada teríamos para conversar.


Sexta-feira o Benfica, ganhou e ganhou bem, não deslumbramos mas também não o temos feito muito, mas temos ganho jogos complicados e jogos que complicamos nós mesmos...
O Fesja é bom jogador mas não é um grande jogador, corta muitas bolas, resolve jogadas difíceis, mas também dá alguma porrada a meio-campo. Nestes jogados tecnicamente de sentido único não entendo porque tem que jogar, podendo ate entrar o A. Gomes, que já desespera por minutos a serio. A primeira parte foi chata, de muita posse no meio-campo, o Setúbal bem montado no meio campo era muito para o Matic praticamente sozinho, pois o Fejsa pouco subiu, o Enzo encostado não dá o devido apoio, e por vezes era o Rodrigo que vinha dar ar fresco ao meio campo. Na segunda parte devido a substituição, e na minha opinião estrategicamente subimos linhas ate marcar, depois do desgaste do Setúbal depois do que correu na primeira parte, a segunda parte ficou mais facilitada, e depois do golo, gerimos bem o jogo ate final sem sobressaltos.



O Enzo é uma máquina de guerra, sempre pronto para tudo, e jogar em todo o lado. E um dos jogadores que mais faltas sofre durante um jogo, com certeza. Transporta jogo que transforma o nosso jogo por completo, pensado muito mais rápido e decidido, sem meias palavras, quando Enzo acelera o jogo vemos tantas e tantas vezes buracos que se abrem, porque é um jogador com grande capacidade de improvisar, e com o Matic em forma na posição 6, com um transporte de jogo que desequilibra, porque ao deixar adversários para trás, barreiras numa defesa bem montada se vão abrindo, e desse ponto na minha opinião podem ser 2 avançados como pode ser apenas 1, a forma como o jogo chega e que tem importância, com 2 avançados, 1 deles tem que ser móvel e vir atras criar buracos para o goleador. Nessa leitura o Rodrigo entra mais em jogo, não só pelos golos que tem vindo a marcar, mas sim pelas movimentações em prol da equipa, o vir transportar algum jogo, já se vê mais Rodrigo em campo, e seria importante ter aquelas arrancadas a abrir espaços que o Rodrigo tão bem fazia antes da lesão.




Estará aqui a nossa nova promessa??

Está tudo em aberto para uma das melhores lutas dos últimos tempos, espero o Benfica campeão como e óbvio, mas será melhor com luta a 3, apesar de continuar a dizer que o Sporting não vai aguentar o campeonato todo, acho que passa pelos verdes a decisão, pois podem ser eles a fazer os 2 crónicos candidatos perder pontos.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Votos em época Natalícia


Hoje preparamos o último jogo do ano para o campeonato, apesar de um começo em falso, recuperamos preciosos pontos perdidos, tivemos jogos difíceis em que lutamos e comemos relva, e acabamos com o premio merecido, noutros nem tanto... Apesar do muito que se fala o Benfica continua colado no topo... E ate ao final veremos quem perde menos pontos...
Estamos a sofrer muitos golos, e para estranheza dos Benfiquistas que se têm habituado a boas prestações defensivas, este ano somos das piores equipas do campeonato em bolas paradas. Algo que só pode ser causado pela falta de treino, ou pouca pratica, empenho nestes momentos, ma preparação na pré-época... É algo à vista de todos, e tem mesmo que ser resolvido, pois não é uma pequena falha mas sim uma falha que nos custa pontos.
Mas felizmente nem tudo é mau, e também temos muitos lados bons ou não estaríamos a 2 pontos do primeiro lugar, com os mesmos pontos dos andrades.
Temos mostrado muita luta, vontade e querer, nem sempre bem jogado, a espaços voltamos a ter a muito boa qualidade do ano passado, o que é infeliz pois quando parece que a equipa volta a mostrar bom futebol, eficácia, ambição, esbarramos numa parede e voltamos a esquecer tudo.
O meu voto para o ano novo, é estabilidade, apoio e ambição, temos um plantel fantástico, com excelentes jogadores para o "11" titular, bem como um banco de luxo, temos tido muitas lesões que nos impedem de ser mais constantes. Com 1 bocadinho de sorte, talvez possamos esquecer o ano passado definitivamente com uma Vitoria, com "V".

Em relação à mensagem de natal do nosso presidente, que podem ver abaixo, parece coerente de acordo com as ultimas mensagens dirigidas aos adeptos, talvez mais "agressiva" e dirigida como espicaçar aos jogadores para mostrarem aos adeptos que valem o seu apoio e vice-versa...
Ultimamente têm sido os adeptos a puxar pela equipa quando deveria ser ao contrário, mas de contrariedades vive a Historia do nosso clube, e esta é época de estar ao lado da equipa como sempre fazem os Benfiquistas, que só juntos somos uma força... Acredito que a equipa vai melhorar, e talvez esta paragem venha em muito boa hora.


Mensagem de Natal

Natal é tempo de família, é tempo de reunião e solidariedade. É também um tempo de reflexão e de memória.
Espero que todos possam celebrar esta data em família.
Vivemos tempos difíceis, tempos em que muitos portugueses enfrentam situações que nunca viveram, em que o desemprego não para de crescer e as limitações financeiras são cada vez maiores.
Para eles - benfiquistas ou não - vai uma palavra de esperança e de coragem num novo ano que necessariamente tem de ser melhor.
2013 acaba para todos nós com um sabor amargo que não deve ser esquecido, o final de época representa uma lição de futuro que não podemos voltar a repetir. É tempo de olhar em frente e de renovar forças para os novos desafios.
Estamos fora da liga dos campeões e isso é, evidentemente, uma desilusão para quem como eu aspirava chegar mais longe. Muitos acusam-me de ser demasiado optimista, mas liderar é transportar optimismo para dentro de qualquer organização. É isso que sempre tenho feito, com a perfeita consciência de que coloco muitas vezes a fasquia demasiado elevada, mas a verdade é que a exigência tem de fazer parte da cultura do Benfica. Foi por essa exigência que chegamos até aqui.
Fui sempre assim ao longo da minha vida e assim vou continuar a ser!
Quando se ganha não significa que tudo esteja bem. Também quando se perde não significa que tudo esteja mal. Temos de melhorar no que fizemos mal, temos de persistir no que fizemos bem, mas acima de tudo não podemos deitar fora todo o trabalho que até aqui realizamos.
Temos o campeonato, a Liga Europa, a Taça de Portugal e a Taça da Liga – quatro objectivos em que temos de nos empenhar para ganhar, mas para isso o vosso apoio é fundamental.
Desde o futebol às modalidades, todos nesta casa, sabem a responsabilidade que têm, mas é evidente que o apoio que recebem das bancadas é fundamental. Esse é o meu desejo para 2014. Apoiem os jogadores e façam-nos sentir a responsabilidade que tem de vestir esta camisola.
A história é aquilo que nos conseguirmos fazer no presente, e essa história só pode ser desenhada com a vossa participação.
Feliz Natal e um excelente ano de 2014!

Luís Filipe Vieira
Presidente do Sport Lisboa e Benfica

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Karel Poborsky - O Furacão Vermelho

"Em Portugal só jogo no Benfica"

Nome: Karel Pobosky

Nacionalidade:  Republica Checa
Nascido em: 1972-03-30
Naturalidade: Jindřichův Hradec -  Checoslováquia
Posição: Medio direito ou Medio centro
Pé preferencial: Direito
Altura: 175cm
Peso: 72 Kg
Internacionalizações: 118 Jogos / 8 Golos
Titulos:  1  Liga Inglesa (1996/97)
                     2  Supertaça de Inglaterra (1996, 1997)
                     1  Supertaça de Italia (2000)
                     3  Liga Checa (1995/96, 2002/03, 2004/05)


                     2  Taça da Republica Checa (2003/04, 2005/06)

Nascido a 30 de Maio de 1972 em Trebon na Rep. Checa, Poborsky cedo começou a mostrar talento e sobretudo temperamento de campeão. Destacou-se no Slavia de Praga o que lhe valeu a chamada ao EURO 2006 prova que viria a impulsionar não só toda a selecção checa como Karel que rumaria ao poderoso Manchester United numa transferência record para o clube checo – cerca de 5,9 milhões de euros. Muitos são os adeptos dos red devils que ainda hoje se questionam como Karel rumou a Portugal sem grandes entraves por parte de Alex Ferguson que ainda hoje lamenta o erro de não ter protegido o checo que viveu na sombra de David Beckham. 

Numa manobra que ainda hoje é encarada como a única brilhante da então Direcção encarnada, Poborsky chega à Luz a troco de 2.9 milhões de euros. Com “apenas” 24 anos, no melhor dos seus 1,75m e 71 kg, mostrou-se um médio/extremo direito nato, com uma técnica invejável, sentido de oportunidade para cruzar ou assistir os companheiros e sobretudo uma garra que ainda hoje é relembrada. O certo é que Poborsky esteve num período mais negativo do clube, talvez mesmo o período mais negro da História Centenária do Sport Lisboa e Benfica, mas o checo cedo se tornou num dos favoritos dos benfiquistas a par de João Vieira Pinto e Nuno Gomes. 
O clube passava por uma constante mudança de jogadores e de treinadores, casos de Sounness e Jupp Heynckes. O então presidente acabaria por protagonizar um dos maiores atentados à nação benfiquista quando despediu o n.º 8 “encarnado”, mandando-o literalmente embora, com o clube a não receber nenhum dinheiro em troca e ainda a ter de pagar… O menino da Luz acabaria por rumar para o rival Sporting, Nuno Gomes para a Fiorentina e o Benfica perdia assim dois dos seus grandes trunfos, restando apenas a gazela Poborsky, que chegou mesmo a ser eleito, como melhor jogador do ano de 1997, numa sondagem A Bola/SIC. Este foi o período, em que se ouviu falar do Benfica, sempre pela negativa, devido à gestão do anterior presidente.



Os cabelos longos e dourados não deixavam margem para dúvidas. Pela frente, os relvados sempre encarados como verdadeiras savanas onde “fugia” literalmente aos adversários. A camisola 7 nunca mais foi a mesma na Luz, desde que Karel Poborsky a perfumou com o seu perfume, estilo e habilidades invejáveis. 
Mesmo com aquele jeito de máquina de costura, do tempo das avozinhas, mas dotada de inteligência, com que furava o pano defensivo dos oponentes. No seu ar de artista, combinação de jogador efusivo e profano, parecendo dizer, tal como um dia Michael Laudrup, que “no futebol não há nada pior do que correr atrás de uma bola”. Com ela, então sim, tínhamos homem
As “arrancadas” entre as tantas fintas geniais, inúmeros pormenores sublimes, dezenas de assistências e exibições colossais na ala direita encarnada que foi durante 4 épocas, sinónimo de estilo… é Poborsky.


Corria o ano de 1997 e o Benfica estava afundado numa profunda crise económica e desportiva. Na sombra do seu penúltimo Campeonato Nacional até hoje e na época de 1993/94, a Luz rejubilava com um plantel “recheado” de jogadores experientes, como os casos de Neno, Hélder, Mozer, Veloso, Rui Águas, Isaías, João Pinto, Rui Costa, Vítor Paneira, Schwarz, entre outros. Fruto de uma péssima gestão de Manuel Damásio e seus pares, as contas «encarnadas» estavam de rastos, e ansiava-se pela chegada do novo presidente em 1997. Vale e Azevedo prometeu ao fechar das urnas, a contratação de Rui Costa e venceu as eleições, derrotando Luís Tadeu e Abílio Rodrigues.

Kandaurov e Luís Carlos eram apresentados com o novo presidente a prometer um jogador de classe Mundial e essa ainda hoje à vista como a única promessa “cumprida” pelo ex-presidente encarnado. 




Os noticiários abriam com a chegada à Luz do grande responsável pela eliminação de Portugal no EURO 2006, levando à tristeza nacional com aquele extraordinário “chapéu” a Vítor Baía. Era Karel Poborsky, que havia sido contratado pelo Manchester United após se ter sagrado vice-campeão da Europa naquela que foi considerada a grande equipa de ouro da Rep. Checa. A imagem de carrasco poderia ser vista como algo complicado de limpar, mas cedo Karel tratou de mostrar um grande carisma e força dentro e fora de campo, algo que não o abalou quando se verificou que Poborsky não tinha sido pago ao Manchester United. O clube inglês chegou mesmo a apresentar queixa à FIFA e colocou-se a hipótese do Benfica não participar nas competições europeias, mas ficou acordado e cumprido o devido pagamento da transferência com o dinheiro proveniente da Liga dos Campeões.


Corria o ano de 1997 e o Benfica estava afundado numa profunda crise económica e desportiva. Na sombra do seu penúltimo Campeonato Nacional até hoje e na época de 1993/94, a Luz rejubilava com um plantel “recheado” de jogadores experientes, como os casos de Neno, Hélder, Mozer, Veloso, Rui Águas, Isaías, João Pinto, Rui Costa, Vítor Paneira, Schwarz, entre outros
O checo trazia um cartão de visita assinalável: vinha do colosso Manchester United. E, como se não bastasse, tinha sido dele o golo que tinha eliminado Portugal nos quartos-de-final do Euro'96, disputado em Inglaterra, num chapéu monumental a Vítor Baía. Era, por isso, com muitas esperanças que os adeptos viam chegar esta estrela checa. E Poborsky não defraudou as expectativas, marcou 5 golos em 21 jogos, e começou a preparar os adeptos para que o ainda viria a mostrar.






Académica 1-2 Benfica  Campeonato 1997/98






Benfica 3-0 Porto - Campeonato                     1997/98




Sporting 1-4 Benfica       Campeonato                1997/98



Na época seguinte, o virtuosismo de Poborsky manteve-se, mas a qualidade global da equipa não acompanhou o alto rendimento do checo. Apesar de algumas grandes exibições, tanto no campeonato como na Liga dos Campeões, em ambos os objectivos (já para não falar da taça de Portugal...). O Benfica acabou em 3º na Liga e não passou da fase de grupos na Champions, terminando o campeonato com Shéu Han a comandar a equipa nos últimos 3 encontros. Poborsky terminou a época com 32 jogos e 5 golos na Liga.



Benfica 2-1 Kaiserlautern Liga dos Campeões 1998/99                       Fase de Grupos 







  Benfica 3-3 Sporting - Campeonato 1998-99





Benfica 4-1 Braga Campeonato 1998-99

Em 99/00, chegou novo treinador, o alemão Jupp Heynckes, mas as melhorias foram nulas. O Benfica manteve a mesma classificação final da época anterior e as melhorias a nível futebolístico também não foram minimamente visíveis. Aliás, essa foi a época em que o clube foi cilindrado em Vigo (7-0). Karel Poborsky foi dos poucos a escapar à mediania. Participou em 29 jogos e marcou 5 golos.

 
         
             V.Setúbal 1-2 Benfica                 Campeonato 1999/00 






    
  
  Benfica 3-0 V.Guimarães           Campeonato 1999/00





Campomaiorense 2-4 Benfica
Campeonato 1999/00



Benfica 6-2 Farense Campeonato 1999/00














Na época seguinte, deu-se o inexplicável caso de Poborsky. Heynckes foi despedido à 4ª jornada, veio Mourinho e o checo acabou por perder a titularidade para Carlitos. Foi utilizado mais 17 vezes, sempre a sair do banco, até que uma proposta da Lázio foi considerada irrecusável e Poborsky seguiu para Itália. Tinha então 28 anos e deixou em Lisboa, na Luz, uma legião de fãs que nunca o esquecerão, como foi visível, aliás, no último dia 25 de Janeiro, onde participou, actuando pela equipa do Benfica All Stars, e onde voltou a ouvir o seu nome a ser entoado pelas bancadas da Catedral. Momentos que o próprio também não esquecerá nunca, pois afirma-se, por onde quer que vá, como benfiquista.



Liverpool 2-2 Benfica Amigável                         2000-01






Ao todo, Poborsky fez 111 jogos pelo Benfica (88 no campeonato, 16 na Europa - Liga dos Campeões e Taça UEFA - e 7 na Taça de Portugal), e marcou 16 golos, todos no campeonato.

Depois de sair do Benfica foi conhecer os ares de Italia e mais precisamente em Roma jogando na Lazio, não conheceu a fama que alcançou por terras lusas muito pela maior severidade táctica do próprio campeonato transalpino onde “galgou” durante apenas 2 épocas antes de rumar ao Sparta de Praga onde actuou até 2005 até ingressar no clube onde se formou – Ceske Budejovice, terminando a carreira em 2007 com 35 anos de idade.





Para trás, ficam os momentos deliciosos que vimos sair daquela mítica camisola 7, já envergada por históricos como José Augusto e mais recentemente, Vítor Paneira. Em concreto, Karel não era um goleador, mas sim um jogador de levantar qualquer estádio tal era a forma como abordava cada ataque procurando sempre os golos mais suberbos, 11 em 61 jogos, como o famoso golo de baliza a baliza frente ao Braga, as várias arrancadas na estrondosa vitória frente ao FC Porto por 3-0, o golão ao já despromovido Alverca e o não menos estrondoso golo ao Liverpool. É muitas vezes relembrado com orgulho pelos benfiquistas como o homem que à partida de Lisboa revelou ter sido interpelado por pessoas com ligações aos 2 principais rivais, aos quais apenas disse: “- Em Portugal só jogo no Benfica.” A nível internacional, Poborsky é actualmente o jogador na Selecção Checa recordista de internacionalizações (118) e conta com participações em 3 Campeonatos da Europa – 1996, 2000 e 2004 e ainda no Mundial 2002.


Apesar de não ter ganho qualquer título com o emblema da águia, a verdade é que foram vários os momentos que Poborsky marcou a ouro nas memórias dos Portugueses e não só. As suas verdadeiras incursões face ao adversário acabariam por pintar para sempre o checo como um dos grandes extremos que actuaram no futebol nacional e um dos melhores jogadores oriundos da Europa Central.



Foi assim Poborsky. Um jogador que deixou saudades a todos os amantes de futebol, mas sobretudo aos checos, que o idolatram, e a nós, benfiquistas, que não o esquecemos. Nem aos seus golos, que apesar de não terem sido muitos (não era propriamente um goleador), ficarão na memória de todos nós pela qualidade enorme de execução do checo. Classe ao nivel de apenas alguns, rapidez de uma gazela, vontade inagualavel, assim era Karel Poborsky Um hino ao futebol.


Poborsky: «Todo o tempo no Benfica foi perfeito»
O carismático checo, que é um dos novos embaixadores da BetClic, fala-nos na ligação ao Benfica, no golo a Portugal em 1996.

Tem mantido contacto com a Liga portuguesa?
Sim, ainda acompanho a Liga portuguesa, especialmente os jogos do Benfica. Temos tido a grande sorte de um dos canais desportivos de TV da Rep. Checa estar agora a oferecer jogos em directo da Liga portuguesa - normalmente o melhor jogo do fim de semana. Assim posso assistir e fico sempre contente quando vejo o Benfica.

Qual a sua relação com o Benfica, tem saudades?
Foram três anos. Se eu tenho saudades? Sabe, é assim a vida. Mas tenho de admitir que tanto do ponto de vista futebolístico como do pessoal, foi um dos melhores períodos da minha vida.

Quais as melhores memórias?
Todo o tempo que passei no Benfica foi perfeito, mas tenho de destacar o 1º ano e sobretudo os primeiros meses. O acolhimento dos adeptos e a forma calorosa como fui recebido pelo plantel… foi simplesmente fantástico. Depois ganhei o prémio de melhor jogador estrangeiro da Liga e senti tudo como um bom sonho.

Que importância teve aquele golo contra Portugal em 1996. É tema recorrente?
Esse golo foi muito importante, porque nos permitiu avançar para as meias-finais. As pessoas ainda hoje me perguntam por esse momento. Ajudou-me também quando me transferi para Portugal, porque o público já sabia quem eu era e tudo se tornou mais fácil.

Qual é o jogador actual do Benfica que destacaria?
É uma pergunta muito difícil. O Benfica tem grandes jogadores como o guarda--redes Moreira, Nuno Gomes, Saviola, Aimar e muitos mais… Se tivesse de escolher só um, teria de ser um dos meus ex-colegas, o Nuno Gomes.

O que tem feito desde que terminou a carreira?
Neste momento pertenço à direcção executiva da Federação Checa. Sou também director no Dynamo Ceské Budejovice, um clube da 1ª divisão checa - é o clube onde cresci e joguei e agora estou a dirigi-lo. Tive a sorte de poder permanecer no mundo do futebol e estou agradecido por isso.

Destak.pt


Felizmente não passou a bola a ninguém 

por Leonor Pinhão


Dificilmente esquecerei aquele golo marcado por Karel Poborsky ao Sporting de Braga, em 1988, no Estádio da Luz.
Foi assim:
O checo pegou na bola à saída da área do Benfica e desatou a correr. Foi correndo e fintando todos os adversários e quando chegou à área adversária ainda se deu ao luxo de pregar uns quantos nós cegos em quem lhe apareceu pela frente antes de concluir a jogada com um remate certeiro que deu golo.
Vi esse jogo no estádio. Lembro-me do entusiasmo nas bancadas enquanto Poborsky avançava pelo campo sempre em grande velocidade e com a bola colada aos pés. Confiávamos todos no talento do checo e, em boa verdade, não confiávamos muito no talento da maioria dos seus colegas.
E, por isso mesmo, das bancadas gritava-se para Poborsky:
- Vai! Vai!
- Não passes a ninguém!
- Karel, não passes a bola!
E ele não passou a bola a ninguém e fez um golo inesquecível.
Na noite de terça-feira, muito me lembrei de Poborsky e dos incentivos dos adeptos do Benfica em prol da cavalgada solitária - não lhe fosse um colega estragar a jogada - ao ver Cristiano Ronaldo fazer precisamente a mesma coisa, e por três vezes, na Suécia.
Confesso-vos que ao ver Cristiano Ronaldo a receber a bola ainda longe da baliza sueca, transportei-me até aquele jogo de 1998 e dei comigo a gritar:
- Vai! Vai! Não passes a bola a ninguém!
E, felizmente, não passou. Assim entrou para a lenda Cristiano Ronaldo - que já há muito tinha entrado para a história - com aqueles três golos iguaizinhos, depois de três cavalgadas solitárias sem que o prodígio se tentasse com tabelinhas ou com outras menoridades do futebol colectivo.
Portugal está no Mundial de 2014.
Mas que grande artista.



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