sábado, 20 de setembro de 2014

E se a chama amanha se acendesse de novo?

E se amanha, ao invés dos últimos 15 minutos, a luz se unisse a uma so voz durante o jogo todo?

Quando revejo as imagens daqueles momentos não consigo deixar de pensar que o mítico estádio do celtic em noite de jogo ou mesmo o do Liverpool ou united são pouco ao pé do que conseguimos fazer!

A luz precisa disto!

Eu farei novamente a minha parte e desfrutarei de casa minuto....se forem 90 melhor!

Carrega Benfica!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Golaço!

Jorge Jesus marcou hoje um golaço na conferência de imprensa! Depois do frango que deu na conferência anterior era o que se exigia!

Falo obviamente do bate boca com o Mourinho! 

Interessa-me pouco quem tem razão nesta historieta! Sei apenas que o jj nada tinha a ganhar com isto! E o Benfica muito menos! O homem é cliente de luxo! 

Ao ver o que Jesus diz não creio que o tenha feito com má intenção mas entendo perfeitamente que do outro lado não tenha sido agradavelmente ouvir! Por outro lado o Mourinho deveria ser o ultimo gajo a ficar ofendido com bocas de outros treinadores pois passa a vida a faZe-lo! Perde ainda mais razão quando foge da questão abordada pelo jj e entra no ataque pessoal! Fosse o jj uma pessoa com um dom da palavra mais refinado é com maldade genuína e quem sabe tivesse pedido ao Mourinho que lhe explicasse se o oliveira estava a jogar no mesmo clube do matic! É que isto de comprar um gajo por 6M€, depois cedê-lo envolvido num negocio onde adicionou ainda vários milhões....e de seguida largou mais 25M€ para o ter de volta a jogar 50 vezes mais....olha que para iletrado o jj até se saiu bem na coisa...mas felizmente o jj escolheu o caminho á Benfica! Tarde mas escolheu! 

Para a próxima espero que Jesus entenda que ser treinador do Benfica lhe dá uma dimensão internacional tremenda...e que a informação negativa sobre o Benfica rende o dobro! 

Quanto ao Mourinho...mais do mesmo! Cada vez no pior caminho! Depois de ter revolucionado a ideia de jogo na Europa enveredou por um caminho que não entendo! Passou uma época no chelsea no kick and rush, tem ouvido das boas de vários treinadores em Inglaterra nos últimos tempos sem ter aquela classe que teve a dar-lhes troco e agora mete-se nesta treta com o Jesus...enfim...para alguém que lê dicionários deveria ter tido o descernimento de não dar eco a isto! O jj que ficasse a falar sozinho....

Não é de hoje que,quando vejo o mou falar do Benfica ou de algo que o envolva lhe sinto uma amargura estranha e uma tentativa de ser simpático com a direcção ....e não percebo porque....ou melhor, se calhar até percebo! 
Imaginam quem seria Mourinho para Portugal se, em vez de levar o porto ao topo da Europa o tivesse feito com o glorioso? 


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Quem são os treinadores do Benfica?

Numa altura em que tanto se fala do futebol de formação, e visto que é designio da direcção (pelo menos é o que nos é dado a conheçer) que num futuro próximo estes jogadores tenham preponderancia na equipa A vou tentar recolher alguns dados sobre todos treinadores a colaborar com o clube na area de formação e tentar perceber que caminho estes percorreram até lá chegar.Creio que tão importante como a qualidade dos jogadores, é a qualidade de quem os trabalha ano após ano.





 
NOME Escalão









Helder Cristóvão 
B
João Tralhão Juniores A
Renato Paiva Juvenis A
Luís Araújo Juvenis B
Luís Nascimento Iniciados A
Filipe Coelho  e Diogo Teixeira Iniciados B



Helder Cristovão:







Iniciou a sua carreira de treinador em 2009/2010 ao serviço do Estoril, contudo esta situação durou apenas alguns meses. Viria posteriormente a ser treinador adjunto do Portimonense na epoca de 2011/12. Entre 2007 e 2013 desempenhou em diversos periodos a funcão de coordenador da formação de um clube chamado "Central 32". Tem o curso de treinador de nivel IV desde 2011. 




João Tralhão:





Iniciou a sua carreira de treinador como adjunto na equipa de Juniores B sub17 do Benfica na epoca de 2004/05 (então com 23 anos). Nos 10 anos que leva de aguia ao peito já passou por varias equipas do futebol de formação encarnado como adjunto maioritariamente nos juniores A tendo sido promovido a treinador principal desta equipa na epoca de 2011/12 e mantendo-se actualmente no cargo. Conta ainda com uma passagem pela equipa A na função de preparador fisico na epoca de 2007/08, altura em que esta equipa era treinada por José Antonio Camacho. No que diz respeito a titulos, até ao momento conquistou um campeonato  da primeira divisão com os juniores A do Benfica.  Não me foi possivel apurar que se tem curso de treinador e , caso tenha, qual o seu nivel.




Renato Paiva:

Iniciou a sua carreira de treinador como adjunto na equipa de Juniores B sub17 do Vitoria de Setubal na epoca de 2002/03 (então com 32 anos). Integrou a equipa de juniores B sub17 do Benfica em 2005 tornando-se desde então e até á data de hoje no treinador principal da mesma. No que diz respeito a titulos, até ao momento conquistou um campeonato naciona com os juniores B do Benfica e dois campeonatos da divisão de honra da associação de futebol de Lisboa tambem com a equipa de juniores b do Benfica.  Não me foi possivel apurar que se tem curso de treinador e , caso tenha, qual o seu nivel.

Luis Araujo:
Iniciou a sua carreira de treinador na equipa de Juniores B sub17 do Belenenses na epoca de 1999/00 (então com 21 anos). Integrou a equipa de juniores C sub15 do Benfica em 2006 tornando-se treinador principal da mesma desde então até ao ano de 2011. Nas ultimas duas epocas foi o responsavel máximo da equipa do Benfica de Juniores B. No que diz respeito a titulos conquistou um campeonato nacional com os juniores C do Benfica. Não me foi possivel apurar que se tem curso de treinador e , caso tenha, qual o seu nivel.

 Luis Nascimento:
Iniciou a sua carreira de treinador na equipa de Juniores C sub15 do 1º de Maio na epoca de 2004/05 (então com 25 anos). Integrou a equipa de juniores C sub15 do Benfica em 2006 da qual tem feito parte nos ultimos 5 anos.  No que diz respeito a titulos conquistou um campeonato nacional com os juniores C do Benfica. Não me foi possivel apurar que se tem curso de treinador e , caso tenha, qual o seu nivel.

No que diz respeito aos responsaveis pela equipa de iniciados B não me foi possivel confirmar se a informação que consta do site do SLB  no que diz respeito aos treinadores actuais está correcta. Pelas pesquisas que fiz fiquei com a ideia de que não está e como tal não irei escrever nada sobre eles pelo facto de poder estar errado. Assim que conseguir confirmar a informação actualizarei o post.

Constatei que é muito dificil encontrar "boa" informação sobre este tema e agradeço que, quem ler este post e detectar error, por favor os identifique para que os possa corrigir. Caso tenham informação adicional sobre os treinadores ou particularidades que achem que pode ser util para conhecermos melhor a nossa formação sinta-se á vontade para escrever na caixa de comentários que terei todo o gosto em inseri-la no post.

Saudações Gloriosas




quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O Benfica precisa de mais sócios ou não? Pelos vistos não!

 

 

Faz sentido o clube investir em campanhas de marketing para a captação de novos sócios se depois não dá o devido acompanhamento aos que aderem ás mesmas?
Mail que enviei á pouco para o departamento de sócios do Glorioso:
 
"
10-09-2014 12:54 (há 2 horas)


para: dep.socios@slbenfica.pt
Bom dia

O meu nome é Rui Dias e sou o sócio numero XXXXXX.
Lamentavelmente fui obrigado a utilizar esta via para vos apresentar o meu descontentamento com o tratamento que tenho vindo a receber (neste caso a não receber) por parte do vosso departamento.
No passado dia 1/09/2014 contactei a linha de atendimento geral atraves do numero 7070200100 por forma a que me fosse dada indicação de como proceder á inscrição do meu filho como associado do Sport Lisboa e Benfica. Foi-me então dada a indicação de que, face ao facto de eu ser sócio , este seria inscrito como socio infantil isento e que, para esse efeito, bastaria que eu enviasse via e-mail o formulário para o efeito devidamente preenchido.
Solicitei então que me disessem onde poderia encontrar o formulário e foi-me dada indicação de que aquela linha não estava habilitada a enviar-mo mas que iria de imediato solicitar que o departamento responsavel por tal o fizesse via e-mail.
Acontece que no dia 05/09 ainda não tinha recebido o documento e voltei a ligar para a linha de atendimento de onde voltaram a dar-me a mesma informação (iam solicitar de imediato o envio do documento ao departamento responsavel), contudo até hoje nada me chegou.
É com tristeza que vejo que o clube do qual sou sócio tem vindo nos ultimos meses a gastar elevadas quantias em campanhas publicitárias (inclusivé algumas que envolvem o presidente do clube) para a captação de novos sócios e depois perante uma situação destas não dá qualquer resposta aos sócios. Parece-me uma situação que não faz qualquer sentido! Primeiro tenta captar-se novos sócios e depois quando eles aparecem não se é celere a dar-lhes condições para a sua inscrição. 
Infelizmente não posso deixar de associar esta situação ao facto de o sócio infantil estar isento do pagamento de quotas e como tal ser visto como menos interessante. O que de resto me parece lamentavel.
São crianças como o meu filho que serão o esteio do clube nos anos futuros pois serão eles os adultos de amanha. Se nos dias de hoje não lhe for transmitida a paixão que o meu pai tambem me transmitiu pelo clube, não será possivel que mais tarde ele queira participar na vida do clube como eu quero.
Ainda assim, quando fiz o primeiro contacto não fazia ideia que não iria ter qualquer custo, mas fi-lo na mesma pois essa nunca foi a questão mais importante!

Por ultimo não posso deixar de lamentar que não tenham a sensibilidade de perceber o quão importante é para um Benfiquista poder inscriver como sócio do clube o seu descendente! O meu filho tem agora 3 meses e neste momento já deveria ser sócio do clube...e infelizmente não é. Poderá parecer que este não é um tema urgente mas, para mim, é bastante importante e urgente!
Aguardo com expectativa a vossa resposta, mas acima de tudo, aguardo a chegada de um simples impresso que me permita juntar o meu filho á maior familia do mundo! "

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

(Biografia) Mario Coluna "O Monstro Sagrado"





                                Nós e que nos ajoelhamos para si Sr. "Monstro"


Nomes: Mario Esteves Coluna
Nacionalidade Portugal 
                                 Moçambique
Nascimento1935-08-06 - 2014-02-25
Naturalidade: Lourenço Marques, Moçambique 
Posição: Médio (Médio Centro)
Altura: 173 cm
Peso: 76 Kg
Internacionalizações A: 57 jogos / 8 golos

Títulos: 24 títulos oficiais

 2 Taça dos Campeões Europeus: 
1960/61 , 1961/62 
 10 Liga Portuguesa: 1954/55, 1956/57, 1959/60, 1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69
 7 Taça de Portugal: 1954/55, 1956/57, 1958/59, 1961/62, 1963/64, 1968/69, 1969/70

 5 AF Lisboa Taça de Honra: 1962/63, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69



Relação dos jogos efectuados de águia ao peito:
SL Benfica (Futebol >  1954/1955) 32 2 880 0 0 17
SL Benfica (Futebol > 1955/1956) 29 2 610 0 0 12
SL Benfica (Futebol > 1956/1957) 29 2 610 0 0 7
SL Benfica (Futebol >  1957/1958) 35 3 150 0 0 9
SL Benfica (Futebol > 1958/1959) 34 3 060 0 0 13
SL Benfica (Futebol > 1959/1960) 33 2 966 0 1 16
SL Benfica (Futebol > 1960/1961) 35 3 150 0 0 8
SL Benfica (Futebol > 1961/1962) 40 3 600 0 0 9
SL Benfica (Futebol > 1962/1963) 40 3 600 0 0 5
SL Benfica (Futebol > 1963/1964) 33 2 970 0 0 5
SL Benfica (Futebol > 1964/1965) 42 3 780 0 0 12
SL Benfica (Futebol > 1965/1966) 31 2 790 0 0 4
SL Benfica (Futebol > 1966/1967) 23 2 070 0 0 2
SL Benfica (Futebol > 1967/1968) 33 2 970 0 0 3
SL Benfica (Futebol > 1968/1969) 35 3 038 0 0 4
SL Benfica (Futebol > 1969/1970) 19 1 710 0 0 1
TOTAL                                                                  523     46954       0                1                127



Clubes que representou: João Albasini (Moçambique), Desportivo de Lourenço Marques (Moçambique), Benfica e Olympique Lyonnais (França), como jogador. Benfica (camadas jovens), Estrela de Portalegre e Benfica de Huambo (Angola), como treinador.



No arco-íris do futebol nacional, naquela primeira metade da década de 50, o verde era a tonalidade dominante. Vivia-se o tempo hegemónico dos Cinco Violinos (Jesus Correia, Travaços, Peyroteo, Vasques e Albano), que garantiram para o Sporting o primeiro tetracampeonato da história. No Benfica, com saudade, recordava-se o titulo de 49/50 e a vitória na Taça Latina, o primeiro grande feito do futebol lusitano.

Nessa altura, em Lourenço Marque, no bairro do Alto Mahé, onde também cresceram Matateu, Vicente e Hilário, um adolescente começava a emergir nas lides de cariz desportivo. Mário Esteves Coluna, assim crismado foi. Filho de um português da Beira Baixa, aventureiro por terras africanas, que com uma negra de nome Lúcia casaria na capital da antiga África Oriental Portuguesa. O jovem Mário era um predestinado para a cultura física. Decerto, a destreza provinha-lhe da experiência acumulada a subir árvores, ainda petiz, na procura saborosa de mangas ou de caju. “Um dia cais, partes uma perna e vais parar ao hospital”, asseverava José Maria Esteves Coluna, o progenitor, que havia fundado e defendido as redes do Desportivo de Lourenço Marques, filial do Benfica.




Certo é que umas luvas de lutador, pertença de um amigo, fizeram as delicias do jovem Mário. Ainda na puberdade, experimentou o boxe, em combates pouco ortodoxos, sem regras coerentes, circunstância que bem poderá ter concorrido para o espírito combativo, matriz de toda uma vida. Por influência da trapeira, esse encanto dos pobres imberbes, foi Coluna jogar para a equipa João Albasini, albergue de muitos futebolistas de origem laurentina. Basquetebol praticou também, ainda que não tivesse passado da equipa de reservas do Desportivo. Mas foi no atletismo que Mário Coluna obteve, por essa altura, um notável registo. Para assombro de todos, estabeleceu recorde moçambicano de salto em altura, nuns muito estimáveis 1,825 metros, meio centímetro acima, pasme-se!, da marca com que Espírito Santo, outra grande figura do universo benfiquista, tinha destronado Pascoal de Almeida, na lista dos recordistas nacionais.

Ainda que a sua obsessão fosse profissionalizar-se como mecânico do automóveis, atentamente ouviu o conselhos de Severiano Correia, que nele encontrou talento suficiente para fazer uma carreira no futebol.  É nessa altura que troca o Ferroviário pelo Desportivo, num apelo benfiquista que cedo, bem cedo, lhe havia provocado o imaginário.
Aos 17 anos, começou a jogar na equipa de honra da filial do Benfica. Todos os meses embolsava 500 escudos que, às escondidas dos pai, gastava em prazeres diversos. Nessa altura, o FC Porto ofereceu-lhe 90 contos, por um contrato de três temporadas. Reagiu o Sporting, sabedor da recusa de ingressar na equipa das Antas, adiantando a proposta de uma centena de contos, por contrato de três temporadas. A mesma oferta fez o Benfica. Respondeu com o coração, aquiesceu, de águia ao peito ficaria. Pouco tempo antes, já pontificava no Desportivo, coqueluche era, não jogou na África do Sul, que a tanto apartheid obrigava, mas vingou a derrota da sua equipa (2-1), em Lourenço Marques, num arrebatador 7-0, dia em que todos os golos marcou, como quem serve fria e até cruel vingança. Mandela, se é que soube, terá estrugido palmas. “Aterrei em Lisboa, após uma viagem que durou 34 horas. Dei a volta ao Mundo!”. Mas valeu a pena o esforço. De Moçambique, com destino ao Benfica, haviam já chegado, mas de barco, dias antes, Costa Pereira e Naldo. Era um tridente das paragens coloniais, resolutamente apostado, naquela época de 54/55, em devolver o Benfica à ribalta do futebol nacional.


Para além dos seus dois companheiros, Mário Coluna passou a trabalhar, no dia-a-dia, com Jacinto, Artur Santos, José Águas, Fernando Caiado, Francisco Calado, Ângelo, Palmeiro e Arsénio, entre outros. Ficou no Lar do Jogador, criação recente da direcção encarnada. “Mal cheguei, logo me quis ir embora. Vinha como craque, mas Otto Glória não contava comigo, não era titular. Para além disso, quiseram enganar-me no contrato. Meu pai sugeriu-me que voltasse, fiz as malas e só não regressei porque o mordomo do lar tinha ordem para me barrar a saída”.

Só que a bonança não tardou. E que bem ficou no Benfica! O brasileiro Otto apercebendo-se da incoexistência de Águas e Coluna, dois avançados-centro, transformou o moçambicano em centrocampista. Aposta ganha. De Otto, visionário. De Coluna, diletante. Do Benfica, revigorado.



Em Lisboa, o futuro Monstro Sagrado estreou-se frente ao FC Porto, na festa de Rogério e Feliciano. Mas foi com o Vitória de Setúbal, no pontapé de saída do Nacional de 54/55, que Mário Coluna, no palco do Jamor, marcou dois golos, no seu primeiro jogo oficial, para um robusto triunfo com chapa 5. “Deixou impressão lisonjeira. Habilidade, bons toques de bola, remate forte e fácil, e espírito de sacrifício. Um senão, somente: sua inevitável ingenuidade, leva-o a denunciar o passe provocando a intercepção ou o desarme”. Assim radiografou Vítor Santos o inaugural de 525 jogos com traje vermelho. “Nunca mais me esquecerei dessa época. Foi a minha primeira temporada pelo Benfica e ganhei tudo o que disputei (Campeonato e Taça de Portugal), sem esquecer que tive a honra de ser um dos jogadores que estrearam o Estádio da Luz”. E para a posteridade ficaria o registo de 17 golos apontados, o melhor em 16 anos quase sempre preenchidos por delicias garridas.


Mário Coluna deixou uma marca indelével no Benfica. Não fosse Eusébio, a quem carinhosamente trata por “afilhado”, por carinho e de facto, e talvez estivéssemos na presença do mais carismático jogador da centenária história encarnada. Capitão foi, naturalmente, de 63 a 70. Naquele jeito inconfundível de líder. Com voz baixa, mas ar severo. Granjeou respeito. Fez unanimidade.



Cinco finais europeias disputou. Nas duas primeiras, o Didi de Portugal, como era conhecido por terras de Vera Cruz, venceu e marcou golos, repositório afinal do seu dom de finalizador. E aquela terceira final, de má memória, frente ao Inter, tocado de forma vil por Trapattoni? Amputada ficou a equipa do seu maestro, interditas eram à época as substituições. Nesse dia, com estoicismo, aguentou até ao derradeiro e pesaroso silvo do árbitro, pouco mais fazendo que figura de corpo presente. Assim são os bravos, os campeões.



No Mundial de Inglaterra, capitaneou a turma das quinas. Eusébio esteve galvanizante, José Augusto, Torres e Simões deslumbraram. Ao lado de Jaime Graça, futuro reforço benfiquista, Mário Coluna pautou a intermediária, organizou o jogo. Com imponência. A ele se ficou a dever grossa fatia do sucesso das cores nacionais.

Jose Torres, Jacinto, Eusebio e Mario Coluna - 1968 
Dez vezes lhe foi colocada a faixa de campeão nacional, sempre ao serviço do seu Benfica. E mais sete Taças de Portugal ergueu. E internacional foi, ininterruptamente, durante 35 partidas, entre Dezembro de 1957 e Junho de 1965m fixando um recorde. E mais, muitas mais honrarias, com destaque para a presença na selecção dos Resto do Mundo, em Espanha, no Chamartin, ao lado de Rivera, Hamrin, Mazzola, Corso e Burgnich, na homenagem ao grande Ricardo Zamora. Helenio Herrera, o treinador, deu-lhe a braçadeira de capitão. Durante hora e meia capitaneou o mundo do futebol. Sempre humilde, imagem de marca jamais contestada.


A meio da época de 69/70, temporada fatídica para o Benfica, Otto Glória foi substituído por José Augusto no comando técnico da equipa principal. Para o antigo extremo, a hora era de renovação, de nada valendo que o magistral técnico Stefan Kovacs, nesse mesmo ano, tivesse dito que “o Benfica sem Coluna não é igual”. Ferido, despediu-se, não sem antes deixar um remoque a José Augusto, assim se traduz esse “acabei no Benfica quando era o melhor da defesa; sempre fui um jogador invejado”. O tempo passou e a ferida cicatrizou, o Benfica ganhou.


A 8 de Dezembro de 1970, o Monstro Sagrado recebeu os favores da plateia vermelha na festa do adeus. Com Cruijff, Djazic, Luís Suarez, Bobby Moore, Seeler, Hurst. Justo tributo ao grande capitão. À malvas mandou convites do FC Porto e do Belenenses, que em Portugal a paixão era rubra. 
Coluna acabaria por partir rumo ao Olympique Lyon, pelo qual cumpriria mais duas temporadas, para regressar mais tarde a Portugal, concretamente ao Estrela de Portalegre. No Alentejo, desempenharia as funções de jogador-treinador no clube que assistiu ao adeus definitivo ao futebol.

O regresso a África, às origens, foi o passo seguinte de um homem que se preocupava com o desporto para lá do rectângulo de jogo. Chegou a ser deputado pela Frelimo e presidente da Federação Moçambicana de Futebol, acabando também por criar uma academia. Afinal de contas, tinha sido a modalidade que o tinha colocado nas bocas do mundo. O futebol, é verdade, proporcionou-lhe uma carreira. Coluna devolveu a cortesia oferecendo-lhe um nome para a eternidade.

Texto: Memorial Benfica, 100 Glórias


Mário Coluna, o grande jogador, o Monstro Sagrado. Nunca o vimos jogar, apenas breves excertos de arquivo televisivo. Outros poderão falar sobre o antigo capitão do Benfica e da selecção portuguesa, bi-campeão europeu e eterno campeão português, jogador do outro mundo reza a lenda, e acredito totalmente nela, sobre a sua carreira de treinador e dirigente desportivo. Ficou também um livro, sua biografia, da autoria de Renato Caldeira (publicada em 2003 em Maputo)


E ele, com aquele sorriso cheio, que lhe era tão próprio, aquela voz cava, contava mais. Às vezes deixava escapar alguma mágoa, podia ter sido milionário, o dinheiro que lhe ofereciam os grandes clubes italianos teria dado para comprar prédios na Av. de Roma, confidenciava - e na época esse teria sido um investimento certo. Mas o Benfica não deixara, Salazar não deixara.

Pessoa, a quem os mais proximos tratavam carinhosamente de "Monstro", Coluna era um homem muito orgulhoso do seu passado futebolístico, nisso sendo um homem aprazível e nada arrogante. Muito orgulhoso dos seus triunfos, do seu enorme talento, de ter sido companheiro de quem foi (e falava com relevo dos jogadores de então). Também de ter sido, ainda para mais vindo das suas origens mescladas e moçambicanas, capitão do Benfica e da selecção portuguesa. Era moçambicano, com prazer e orgulho - quantas vezes resmungão, como cada um de nós no seu país. Para além disso adorava, e de que maneira, o Sport Lisboa e Benfica.



"Carregador de piano", "Monstro sagrado" ou simplesmente "Capitão". Não faltaram alcunhas para classificar Mário Coluna durante os 16 anos que passou no Estádio da Luz, rodeado de estrelas do futebol e, sobretudo, de elogios e palavras de reconhecimento. Ele era o patrão do meio-campo, o maestro, o motor da versão mais gloriosa de um Benfica que surpreendeu a Europa. E de uma selecção que fez furor no Mundial de 1966. No discurso de Artur Correia, que com ele conviveu no início da década de 1970, Coluna era, acima de tudo, “uma instituição”.

O verdadeiro poder de influência de Mário Esteves Coluna, o certificado do prestígio que foi granjeando nos relvados ano após ano. A voz de comando de Coluna já ecoava nos bastidores do futebol. Ele, que era descrito como um capitão de poucas palavras, que muitas vezes nem precisava de abrir a boca para pôr a equipa em sentido. Ele, que chegara a Lisboa como um jovem tímido e que havia seriamente considerado voltar para Moçambique, depois de um período de adaptação com altos e baixos.


                                           Curiosidades


Coluna, Charlie Mitten e Eusebio

Só comecei a jogar futebol calçado aos 15 anos”, revelou há tempos em declarações à Benfica TV. E fê-lo justamente no João Albasini, que agrupava um conjunto diversificado de desportos. “Quando era júnior, no Lourenço Marques, jogava de manhã nos juniores e à tarde ia jogar nos seniores no João Albasini”, recordou.





Nunca joguei nas reservas, nunca fui suplente, joguei nas selecções todas”, enfatizou, com orgulho, perante as câmaras da Benfica TV.





Jaime Gr
aça, outra das figuras de proa do Benfica de então, atesta essa versão: “Era ele que conduzia a forma de nós ocuparmos os espaços no campo. ‘Vai mais à frente, miúdo, ou vem mais atrás’. Ele levava o jogo todo a dar indicações”, assinalou.



Durante o Campeonato do Mundo, num episódio caricato que envolveu o seleccionador nacional. “Salvei o Otto Glória de ser expulso do banco. Houve uma jogada em que o árbitro marcou falta contra Portugal e o Otto Glória levantou-se do banco, foi até à linha e o árbitro foi ao nosso banco. E quando o vi a ir, fui atrás dele. Quando chego lá, o árbitro já estava a levantar o braço para expulsar o Otto Glória. Eu cheguei e bati no braço do árbitro e, no meu fraco inglês, disse: “Mr. Referee, I’m the captain of my team. I’m so sorry about my coach





O treinador quando falava connosco na cabine dizia: ‘Vamos jogar assim, assim. Lá dentro do campo, quem manda é o Mário Coluna”. 





Como jogador permanece na luz durante 16 temporadas, voltando mais tarde para trabalhar nos escalões de formação. Foi o primeiro treinador de Rui Costa no Sport Lisboa e Benfica.


Disputou um total de 677 jogos e marcou 150 golos de águia ao peito. Com 59.702 minutors é, ainda hoje, o segundo futebolista com mais tempo de jogo.


Mário Coluna foi um desses privilegiados que nascem para o futebol, graças ao talento inato, ao temperamento infatigável e a uma condição física naturalmente robusta, qualidades que soube ainda acrescentar essa raro condão de simpatia pessoal e conquista de um prestígio que fez dele titular indiscutível na nossa equipa de honra. Um futebolista digno das tradições do Clube e da gloriosa camisola rubra. Um jogador à Benfica!


PRIMEIRO JOGO

SL Benfica 5 X 0 V. Setúbal

12 Set 1954


Campeonato Nacional
Equipa inicial: Costa Pereira, Ângelo Martins, Artur Santos, Naldo, Jacinto, Francisco Calado, Fernando Caiado, Coluna, José Águas, Arsénio, Salvador Martins
Treinador: Otto Glória
Golos: Coluna, Coluna, José Águas, Arsénio, Salvador Martins

ULTIMO JOGO

SL Benfica 0 X 1 CUF

08 Fev 1970
Campeonato Nacional
Equipa inicial: José Henrique, Adolfo, Jacinto, Humberto Coelho, Coluna, Jaime Graça, Toni, Simões, Eusébio, Abel Miglietti, Artur Jorge
Treinador: Otto Glória



Até sempre, "Monstro Sagrado"